O que o São Paulo pode fazer para sair do calvário

Tem anos que o São Paulo não consegue disputar títulos. Algo preocupante, afinal estamos falando de um dos maiores campeões de toda a América que sempre foi exemplo de boa administração. Os tempos áureos não são mais os mesmos. O time briga seriamente para não cair pela primeira vez para a série b do Campeonato Brasileiro, afinal o time entrou nessa rodada na zona de rebaixamento, faixa da tabela em que o São Paulo flertou em 2013 e 2016 mas conseguiu sair. Dessa vez a missão, talvez, não seja tão fácil, principalmente por não visualizarmos melhora da equipe com o decorrer das rodadas. Mas o que causa essa onda de má fase que o São Paulo vive?

A principal culpada é a má administração da diretoria do São Paulo. O alto escalão da diretoria, começando pelos presidentes, conviveu com muita turbulência. A troca frequente de presidentes é um dos principais motivos disso. Não há filosofia na administração. O que tentaram fazer então para amenizar a crise política? Contrataram Rogério Ceni como salvador da pátria. Pessoa certa no momento errado. O ex-goleiro poderá ser um grande técnico no futuro, mas não se pode queimar etapas nesta profissão, ainda mais num grande clube como o São Paulo. Decisão que era pra ser um gás novo para o torcedor se tornou rapidamente um pesadelo. Salvo algumas grandes exibições, o ex-camisa 1 não consegue fazer o time jogar. Já são 6 rodadas sem vencer no brasileirão, a última delas contra o Flamengo. Rogério precisa baixar a bola, deixar de orgulho. Vi sua entrevista colocando a culpa pela derrota na arbitragem. Será que não é melhor descer do pedestal e admitir com transparência que o time não jogou bem? o técnico precisa deixar o orgulho. Entretanto, tirar Rogério neste momento seria uma novo erro. Precisa dar sequência, mesmo que o ano do São Paulo já seja um ano perdido. 

Levemos em consideração também que o elenco do São Paulo é muito limitado. Foram feitas contratações que não deram certo e muitos jogadores já foram embora. A zaga do São Paulo é o setor mais carente, e cá entre nós já passou-se o tempo de Lugano. Num esquema bem azeitado, talvez o uruguaio consiga jogar como um terceiro zagueiro. Num time bagunçado taticamente como o São Paulo não dá. Talvez Arboleda, recém contratado, faça uma boa dupla com Rodrigo Caio. Mesmo assim o São paulo precisa de novos reforços.

Escalação do São Paulo no último jogo contra o Flamengo

Mas será que tudo está perdido? Ainda não. Por sorte ainda há tempo para o São Paulo se salvar dum possível rebaixamento. Isso só poderá ser possível se houver unidade entre o técnico e os jogadores, por que depender da diretoria, ta difícil. O elenco precisa se unir mais, e o seu treinador deixar o orgulho, montar um esquema mais compactado, popularmente fechar a casinha. Precisa arrumar primeiro a defesa, definir esquema, escolher os 11 titulares e dar repetição ao time. Com todos os jogadores disponíveis o São Paulo pode montar um time competitivo.

Na primeira opção o São paulo poderia jogar no 3-5-2, com os laterais avançados e Cueva jogando próximo de Lucas Pratto, tendo o apoio de 3 meias marcando e chegando ao ataque, afinal  Petros, Jucilei e Cícero marcam forte e tem boa chegada a frente. Com um matador como Lucas Pratto na frente fazer gols seria ainda mais fácil, mas tudo isso depende do time encaixar

Na segunda opção, o time jogaria no 4-1-4-1, variando do 4-4-2 sem a posse de bola, com Cícero marcando a saída de bola com Pratto e uma linha de 4 atrás com Maicosuel e Cueva fechando as alas. Esse, talvez seja o esquema ideal, contando, claro, que Arboleda, Petros e Maicosuel rendam o esperado no time. Com a volta de Buffarini pela lateral direita, o São paulo teria um bom time titular.

Se a diretoria não fizer burradas e reforçar pontualmente o elenco o São paulo ainda pode se safar do calvário. Rogério precisa deixar de fazer uma salada de esquemas a cada jogo, definir o ideal e dar repetição ao time. Sem repetição o time não irá render sua capacidade.

Pra isso o time precisa reagir logo. Diretoria, comissão técnica e jogadores precisam falar uma mesma língua para que o tricolor saia do seu calvário antes que seja tarde demais.