Desde que o futebol é conhecido como futebol, as camisas 10 e 9 sempre foram as mais admiradas pela torcida, almejada pelos craques e temida por jogadores de baixo nível técnico. A responsabilidade de usá-las é uma carga muito pesada para muitos jogadores. Mas, mais do que uma responsabilidade é um privilégio usá-las. São camisas carregadas de esperança, que une multidões no desejo de ver seu time ganhar uma partida. Entretanto, o futebol brasileiro vive uma crise de talentos pensativos de criação de jogadas, que façam diferença no meio-campo com passes precisos que podem mudar o rumo de uma partida para assumirem a camisa 10 e de artilheiros que impõem presença de área, com muitos recursos técnicos e alta capacidade de finalização para assumirem a camisa 9.

Por um minuto, pense... quem é o melhor camisa 9 atualmente do futebol brasileiro? talvez você pense em
Ricardo Oliveira que vem surpreendendo a todos no Santos; talvez pense em
Leandro Damião que aparentemente está recuperando a velha forma de jogar; mas tenho certeza que a maioria de nós diria que o melhor é
Paolo Guerrero. É aí que a gente medita e percebe algo inusitado: 'como um jogador cuja nacionalidade vem de um país sem nenhuma tradição no futebol pode se destacar como melhor camisa 9 no '
país do futebol'?'. É meu amigo, os tempos mudaram. Sem desmerecer Guerrero, claro, que tem as características de um ótimo camisa 9, finaliza, dribla, usa o corpo, tem bom passe, cabaceia... mas cadê o jogador brasileiro, centro avante, camisa 9 com todas essas características?! É meu amigo... não tem. Nem na Europa encontramos um Centro-avante brasileiro fazendo sucesso. Isso se reflete na seleção brasileira onde os dois atacantes credenciados para usar a 9, Diego Tardelli e Roberto Firmino, não são Centro Avantes- um é jogador habilidoso de lado e o outro é um meia- atacante com ótima finalização. O que temos que agradecer muito é que com essa formação sem Centro-Avante fixo a seleção está se entendendo. Mas a questão é: até quando essa tendência vai dar resultados?. Variação tática é algo que toda grande equipe tem que ter, mas só pode existir essa variação se houver jogadores com características compatíveis com o esquema proposto, e um esquema com camisa 9 típico pode ser importante em determinados jogos.
Não se fazem mais 'Carecas, Romários e Ronaldos'. Agora é torcermos para que os treinadores das divisões de base, permitam que jogadores habilidosos não se contentem apenas em serem segundos-atacantes, meia-atacantes, ou jogadores de lado, mas que esses jogadores possam se manter, ou experimentar a sensação de usar a camisa 9, tão importante e decisiva dentro das 4 linhas.
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